O cavalheiro que ocupa a relevante posição de vice-primeiro ministro de Portugal afirma, gozão, que a “paz social” é uma singularidade do chamado “ajustamento” português. Afirma-o aliás no mesmo dia em que um estudo dedicado ao tema do consumo vem apontar um cenário absolutamente evidente para quem vive o dia-a-dia do Portugal popular: “depois de pagarem todas as contas, 39% dos portugueses ficam sem dinheiro para o resto do mês“. Conheço-o (ao cenário) na primeira pessoa. Ler mais
«Eu disse a Estaline que não construísse o Palácio dos Sovietes. O edifício mais alto do mundo seria alemão. Mas ele não quis saber e pôs-se a construí-lo. Se é guerra que quer é guerra que terá»
Falar sobre Hitler, sobre a II Guerra Mundial, sobre as mortes de milhões de russos, homossexuais, judeus, ciganos é ainda, na memória e representação colectiva, um assunto sempre abordado com o maior dos cuidados para que não se ofenda a concepção pessoal e, muito menos, a história recente. Ler mais
Palavras do ano
O André Albuquerque, neste mesmo blogue, chamava à atenção para a recriação da linguagem como forma de mascaramento do sistema e respectivas práticas políticas. Exemplificava com alguns conceitos. E é verdade. É uma terrível verdade. A utilização das palavras está no centro da batalha ideológica, ou, melhor dizendo, no centro da construção e da desconstrução das concepções do mundo, da humanidade, da sociedade, da história, da política. Os exemplos do André são, para muitos de nós, facilmente decifráveis (uns mais do que outros). O que não será tão facilmente entendível, e o André de certo modo abordava-o, é a desdramatização ou desvalorização do uso das palavras também como forma de manipulação das mentalidades. Ainda há poucos dias
De avaliação positiva em avaliação positiva, até à destruição total
O Pacto de Agressão assinado por PS, PSD e CDS e pelo FMi, BCE e UE tem sido um tremendo sucesso. Na verdade, os objectivos com que o Partido Socialista enviou o à troika estrangeira as suas disponibilidades e compromissos em Maio de 2011, estão muito claros no texto desse Memorando. Os objectivos eram desde o início os mesmos: assegurar a constituição de novos monopólios e a protecção dos existentes, por um lado; e o aumento da taxa de exploração do Trabalho pelo Capital, por outro. Ler mais
O decadente charme de uma burguesia em queda
Falar sobre Buñuel é evocar a sua tradição mordaz de realização de filmes que se entrecortam com a realidade que é, a realidade que podia ser, a realidade que se sonha. De um minuto para o outro, passamos de um cenário (um dos!) onde janta a burguesia com as suas máscaras e preconceitos enquanto analisam a vida dos pobres, como no momento seguinte, são eles que estão a ser vistos por esses mesmos pobres, que se sentam nas cadeiras do teatro enquanto vaiam ostensivamente o costume pequeno-burguês.
Um machista assumido, que fugia dos homossexuais, acabou ele mesmo por ser perseguido pela sua crítica ávida aos costumes religiosos e ao modo de vida da burguesia, que era, afinal o seu. Ler mais
Que ninguém esteja confortável até que todos sejamos felizes.
Que ganhas a mais e trabalhas a menos. Que o dinheiro dos teus impostos deve ir para os bancos porque são os bancos que sabem percepcionar onde se deve investir, que isto é uma economia de mercado, pensas o quê? Que não podes ter serviços públicos, que isso de saúde, educação, cultura, é luxo para países ricos. Que tens de aceitar. Que quanto mais te ajoelhares menos custa. Que outro caminho é impossível. Ler mais
A austeridade mata
A austeridade mata. No dia 19 de Dezembro, às 19h, é isso que vamos voltar a dizer ao senhor Silva do palácio de Belém. Ele que faça o que tem a fazer.
O regresso da Escola Dual
Com particular intensidade desde a reforma curricular de Manuela Ferreira Leite, Ministra da Educação de Cavaco Silva, realizada em 1993 e aplicada a partir de 1994, a Escola Pública tem vindo a ser alvo de um ataque permanente, orientado para a sua desfiguração. Ler mais