Liberdade para Pablo González

O jornalista basco Pablo González foi preso pelas autoridades polacas, no passado dia 28 de fevereiro, junto à fronteira com a Ucrânia enquanto cobria o êxodo da população ucraniana em direcção à Polónia. Acusado de espionagem pró-russa, o jornalista está incomunicável desde então. O seu advogado não tem acesso ao seu cliente nem às acusações concretas que lhe são feitas. O único facto que é considerado indício é a dupla nacionalidade e a tradução do nome de Pavel para Pablo. Isto acontece na “democrática” União Europeia, que se arroga no direito de dar lições de liberdade ao mundo.
Exigimos a imediata libertação do jornalista Pablo González.

#FreePablo #FreePabloGonzalez

Comunista não entra

O executivo da Câmara Municipal do Porto, liderado por Rui Moreira, decidiu recusar o pedido da CDU para a cedência do Teatro Municipal Rivoli ao Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), para a realização de um concerto pela paz, sustentando a decisão dizendo que se tratava de uma iniciativa que era “promovida sob a égide de um partido político que tem vindo a branquear o hediondo ataque da Rússia à Ucrânia”. Se poderíamos pensar em algum momento que desvendada estava já a ampla campanha anticomunista que teve lugar nos últimos meses, que muitos empolaram cavalgando no seu saudosismo emocional para alimentar uma nova fase antidemocrática, estávamos profundamente enganados.

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Sobre o resultado das eleições

Perdi a conta ao número de variações de “o povo é burro e vota mal, agora vai ter o que merece, pobres de direita” que li no rescaldo das eleições.

Mas é claro que os pobres “são” de direita! Ao dominar a infraestrutura da sociedade, o capital domina também a sua superestrutura, tendo o monopólio da criação e circulação de ideias. A maioria das pessoas que vivem nesta sociedade com esta cultura partilham dessas ideias hegemónicas. Essa ideia de que os explorados não sabem o que é melhor para eles e votam contra os seus interesses por tacanhez é elitismo, é ter uma ética de esquerda mas uma epistemologia de direita, é uma ideia que nasce duma posição destacada, à parte e acima do povo.

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Justiça portuguesa ajuda neonazis a voltar a matar

Foi assim que um juiz português justificou a alteração da medida de coacção do conhecido e cadastrado neonazi Mário Machado para ajudá-lo a ir combater para a Ucrânia: “assim sendo, e considerando a situação humanitária vivida na Ucrânia e as finalidades invocadas pelo arguido para a sua pretensão, o arguido poderá deixar de cumprir a referida medida de coacção”.

Mário Machado, um dos assassinos de Alcindo Monteiro, é um criminoso condenado por várias agressões, roubo, sequestro, coacção, posse ilegal de arma, extorsão, discriminação racial, difamação, entre muitos outros crimes. A justiça portuguesa acaba de validar “as finalidades invocadas pelo arguido”, ou seja, juntar-se a grupos armados de extrema-direita, obter treino e experiência militar e voltar matar. É essa “a sua pretensão”.

Não passarão.

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Os lucros deles são os nossos bolsos vazios

A UE com apoio de PS, PSD e CDS empurraram o país para a liberalização e privatização de todo o sector energético. Hoje são os trabalhadores, as famílias e a economia que pagam a factura dessa opção. O aumento do preço dos combustíveis, do gás e da electricidade precisa de ser travado. Pela recuperação do controlo público deste sector, nacionalização já!

Em defesa de Putin?

Agora que tenho a vossa atenção, não, ao longo deste texto, não encontrarão nem a defesa de Putin, nem a santificação do regime ucraniano. Nem o apoio à invasão russa da Ucrânia, nem às milícias de extrema-direita a operar em Donbass e Lugansk, que estão agora espalhadas por todo o território. A história deste conflito, como a História em geral, é um processo de acontecimentos encadeados, interligados entre eles. Não começou há duas semanas, ainda que a pressão mediática e a ideologia dominante o tente e consiga fazer crer, como demonstram os últimos dias, não faz com que seja verdade. Os cerca de 14 mil mortos desde 2014 provam-no. Daqui, a minha solidariedade com os povos russo e ucraniano, que eram, são e serão as vítimas de uma guerra que não é deles, é um conflito entre as aspirações de uma Rússia imperial que o socialismo derrubou, frente a uma aliança político-militar obsoleta, a NATO, que necessita de criar inimigos continuamente. Sem eles, a sua função de garantir a hegemonia Ocidental, de garantir que para além do modo de vida ocidental, da sua cultura, organização política e social, está a barbárie; de garantir que o complexo industrial militar ocidental continua a faturar à custa da miséria dos povos, deixa de fazer sentido. E, como disse uma CEO portuguesa, melhor que o negócio da saúde, só o das armas. Tem toda a razão.

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No princípio era a mulher

“No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois.” Esta frase de Marilyn French, feminista norte-americana, no seu livro Beyond Power (1985), reorienta-nos na mais que justa reposição da verdade. Essa verdade histórica e científica que é o lugar primordial, fundador e original da mulher na História da Humanidade. Só que através das sombras dos dias, de que resta memória mas não consciência, não muitas gerações volvidas, o reinado que era seu por direito foi substituído, foi derrubado, desprezado e subvertido. Derrubado não pela culpa de um pensamento só, de uma só civilização, de uma religião ou evento isolado, mas de uma espantosa – e terrível – simultaneidade de factores que trouxeram essa herética “inversão” até aos nossos dias.

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