E se não fosse a luta?

Comecemos pelas conclusões. Muitas das vezes, são as conclusões que nos servem como ponto de partida.

No passado dia 3 de maio, o jornal Observador fazia sair uma notícia com o subtítulo: «Número de estudantes do ensino superior nunca foi tão elevado e cresceu 20% nos últimos seis anos. Mestrado é o único ciclo que não regista aumento de inscritos». Tais “factos” merecem a nossa reflexão e o nosso questionamento. Para este exercício é importante ter mente alguns pontos cruciais.

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Gentrificação é substituição de classe

Imagina que o Código do Trabalho dizia que em caso de incumprimento por parte do patrão, o trabalhador tem direito de rescindir o contrato.

Ou comes e calas, ou vais para o olho da rua.

Distópico, né?

Mas é exactamente isto que acontece com um contrato de arrendamento. Tu cumpres a tua parte, pagas a tua renda, mas a casa que estás a pagar já não é a casa que alugaste há uns tempos. Tem humidade, mete água, os canos do vizinho de cima lixam-te o tecto, o isolamento da placa foi de vela. Está a precisar de obras. O senhorio não se chega à frente, e a lei mete-te à frente duas hipóteses: a) Pagas as obras do teu bolso, com acordo do senhorio ou sem acordo se for por motivo de força maior ou b) Podes rescindir contrato.

É isto, parça. Ou comes e calas, ou vais para o olho da rua.

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Fronteiras de Abril

O discurso camaleónico, que se alapa mediante a circunstância e pouco sobre a realidade, é já a marca d’água de Marcelo Rebelo de Sousa. Soará familiar a todos, num ou noutro momento de intervenção pública, o Presidente da República exultar o facto de Portugal ser um dos países do mundo com as fronteiras mais antigas e geograficamente estáveis. Não obstante, o que ontem era verdade hoje já não o será necessariamente, ou antes o contrário. Afirmou recentemente, Marcelo Rebelo de Sousa, que as fronteiras portuguesas “já não são o que eram, e hoje passam por África, pelo Golfo da Guiné, pelo Atlântico, pela fronteira de vários países da União Europeia, da NATO com a Ucrânia”. Entendemos então que as fronteiras e outras noções são agora concepções abstractas, subservientes a estados de espíritos e a afectos políticos.

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A Guerra da Câncio

A Câncio despreza 3045 mortos civis, a Câncio diz que esses mortos civis são de ambos os lados mas não tem absolutamente nada que sustente essa afirmação. Apesar de não sustentar a sua afirmação, enche a boca para acusar o PCP de mentiras e omissões. Para a Câncio as 91 crianças sepultadas no beco dos anjos em Donetsk terão morrido de causas naturais e não assassinadas pela Ucrânia, provavelmente acha que a culpa é dos pais, tios, avós, vizinhos e restante população não soube ficar quietinha e aceitar de bom grado o golpe de 2014 e as suas consequências políticas.

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As hienas que vivem na estrumeira do seu pensamento

Fernanda Câncio acha que o Público devia explicar que o trabalho que o Bruno Carvalho está a fazer no Donbass, de quem o Público publicou um artigo, devia vir acompanhado de uma explicação por, supostamente, o Bruno ser “pró-russo”. Li a reportagem e não identifico ali qualquer sinal pró-russo, que não seja estar no lado da linha da frente onde mais nenhum português está, creio.

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Liberdade para Pablo González

O jornalista basco Pablo González foi preso pelas autoridades polacas, no passado dia 28 de fevereiro, junto à fronteira com a Ucrânia enquanto cobria o êxodo da população ucraniana em direcção à Polónia. Acusado de espionagem pró-russa, o jornalista está incomunicável desde então. O seu advogado não tem acesso ao seu cliente nem às acusações concretas que lhe são feitas. O único facto que é considerado indício é a dupla nacionalidade e a tradução do nome de Pavel para Pablo. Isto acontece na “democrática” União Europeia, que se arroga no direito de dar lições de liberdade ao mundo.
Exigimos a imediata libertação do jornalista Pablo González.

#FreePablo #FreePabloGonzalez

Comunista não entra

O executivo da Câmara Municipal do Porto, liderado por Rui Moreira, decidiu recusar o pedido da CDU para a cedência do Teatro Municipal Rivoli ao Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), para a realização de um concerto pela paz, sustentando a decisão dizendo que se tratava de uma iniciativa que era “promovida sob a égide de um partido político que tem vindo a branquear o hediondo ataque da Rússia à Ucrânia”. Se poderíamos pensar em algum momento que desvendada estava já a ampla campanha anticomunista que teve lugar nos últimos meses, que muitos empolaram cavalgando no seu saudosismo emocional para alimentar uma nova fase antidemocrática, estávamos profundamente enganados.

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