O: operário

O: operário

Já não há operários? O proletariado é uma categoria ultrapassada? Qual a diferença entre o trabalhador, o operário e o proletário? A discussão é demasiado extensa e as categorias económicas que dela derivam exigiram muitas mais entradas de verbetes neste dicionário, mas eis as noções básicas:

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Prostituição, academia e género: a armadilha triplica no feminismo contemporâneo

PARTE II

Para combater as causas materiais da opressão das mulheres são necessárias ferramentas para as compreender, mas para compreender as causas da opressão das mulheres é necessário definir a categoria mulheres. Jamais poderíamos compreender os fenómenos que oprimem algo se esse algo constitui uma entidade nublosa e ampla. Quando um químico estuda a molécula de hidrogénio (H2), ele não pensa em incluir no seu estudo a molécula de água (H2O) só por esta conter na sua composição dois átomos de hidrogénio. Para o químico a categoria molécula de hidrogénio é estável, fechada e material: inclui somente dois átomos de hidrogénio e mais nenhum outro. O químico sabe, mais do que por intuição, que duas coisas parecidas não são duas coisas iguais.

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Carta ao meu Partido

Ora então aqui estamos, que mesmo de mil mortes anunciadas não te roubaram nunca a vida, nem tampouco um só ano de todos os teus cem. Que por entre as marés da história das histórias todas, bastará tão somente entre as vagas, um só camarada chamar camarada a outro, que tu sempre viverás.

Como de outra forma poderia ser, que se há tanto passado em ti, meu Partido, és ainda a juventude do mundo e a esperança de futuro. Que é tua argamassa a foice da ceifeira eterna e o martelo do operário resiliente, a que se juntou de braço dado, em fundação, a pena do intelectual, que todos foram muitos para te alevantar, que todos somos poucos para te continuar.

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Avante, temos de conversar

Olá Avante, estás bom? Olha, vou direito ao assunto: temos de falar. Se calhar até era melhor pessoalmente, porque estas coisas por mensagem… Epá, Avante, ouve: esta cena da longa distância não é para mim. Estamos juntos há quase 20 anos e continuamos a vermo-nos só três dias por ano. Não é isso que estou a dizer. Claro que ainda és o meu tipo, mas esta merda dos amores proibidos não pode durar para sempre, não é?

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Afeganistão – Um filme Americano

O levantar do pano

O triunfo da revolução Saur pelos comunistas do Partido Democrático Popular do Afeganistão em 1978, seguida pela Revolução iraniana, ocorrida em 1979, onde os Estados Unidos perdem uma importante base para o combate à URSS na guerra fria, acarretam consequências para a política imperialista ocidental. O Afeganistão torna-se assim prioridade para Estados Unidos e os seus famintos cães-de-fila ocidentais, alheios à condição humana do povo afegão, tudo em nome de um anticomunismo primário. Estudado o cenário geopolítico à altura, o aliado de circunstância são um grupo radical islamita, os mujahidins, precursor dos hoje conhecidos talibãs.

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O Afeganistão progressista que alguns tentam esquecer

Ninguém consegue ficar indiferente ao que se passa no Afeganistão mas sejamos claros. A tragédia não começou agora e também não começou há 20 anos. Se há quem ingenuamente possa pensar que a política norte-americana naquele país era o de garantir os direitos das mulheres, das minorias e dos trabalhadores está enganado. O único regime que garantiu direitos, liberdades e garantias para as afegãs e para a maioria trabalhadora foi assediado militarmente pelos mujahidins com o apoio de 4 mil sauditas, incluindo Osama Bin Laden, todos financiados, treinados e armados pelos Estados Unidos e pelo Paquistão. A organização e muitos dos homens que atacaram as Torres Gémeas a 11 de Setembro de 2001 são produto das escolhas de Washington.

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Candidaturas Tiririca: Quem ganha com isso?

Há uma diferença abissal entre usar humor na política e ter uma política que nada mais procura ser do que humor. Nesta campanha ou pré-campanha para as autárquicas temos assistido a um aumento exponencial de candidatos-palhaço, que exploram com sucesso tudo o que garanta parangonas, de gente que brinca aos outdoors, aos slogans, que anseia pelas partilhas e sobretudo pela fama. Haverá várias explicações para o fenómeno, desde logo pela força presente do terreno virtual, mas uma das que quero aqui salientar é o imanente sentimento de desprezo, de menorização do acto e até dos cargos em questão da parte de quem leva a cabo uma campanha de puro e duro espalhafato. Porque não se trata só de desprezo e menorização do acto eleitoral em si; trata-se de desprezo e menorização da democracia como um todo.

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Prostituição, academia e género: a armadilha triplica no feminismo contemporâneo

PARTE I 

Quando comecei a escrever este texto pensei em chamar-lhe, como título, algo do tipo: «As armadilhas obscurantistas do pós-modernismo académico e o seu papel nada inocente na alienação de movimentos sociais como o feminismo contemporâneo tendo como zonas de guerra os temas prostituição e género». Às tantas, senti que corria o risco de se tornar um título demasiado longo. Sendo este o meu primeiro contributo no Manifesto74, não quis parecer aquilo que sou: uma mulher comunista zangada e snobe. Optei por uma solução mais sintética, mas será sobre tudo isto que tratarão os meus cinco cêntimos para a discussão.

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