Das armas e os barões assinalados da epopeia ao povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas da anti-epopeia, talvez sejamos tudo isso, mas será que agora importa? Talvez sejamos barões e burros de carga; tudo daí para cima e para baixo, mas será que ainda nos servem de alimento real e concreto as epopeias e as anti-epopeias? Será que vamos continuar a deixar que nos definam, do alto, enquanto povo, a deixar que a literatura dos outros diga ao mundo e à história dos vencedores o que fizemos e não fizemos, se vamos além da Taprobana ou que não vamos a lado nenhum? Afinal o que importa? Será a literatura que vemos ao longe e nos dá força ou nos deita abaixo; que ora nos cega com glórias do passado, ora nos agarra pelo colarinho e nos acusa de catalepsia ambulante? Não é a literatura, senhores. Nem a crítica de arte nem a câmara escura. Não é, pelo menos, a literatura lá de longe.
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