Todos os artigos: Internacional

Liberdade para Pablo Hasél

Hoje é o dia que o regime espanhol pôs como data para que Pablo Hasél entre na prisão de forma voluntária. O rapper catalão já anunciou que não se vai entregar mas também que não vai escolher o caminho do exílio. O regime espanhol é o Estado europeu com mais presos políticos e o que mais partidos ilegalizou desde o fim da ditadura franquista. Há dezenas de pessoas exiladas actualmente. Sobretudo exilados bascos e catalães.

É também o único Estado que manteve na prisão, durante sete anos, Jabier Salutregi, então o único director e jornalista preso na União Europeia. O único Estado que meteu um ex-secretário-geral sindical, Rafa Díez (LAB), no cárcere durante seis anos e meio e que deteve o actual secretário-geral do sindicato andaluz SAT. O único Estado da União Europeia que prende pessoas pelo que escrevem nas redes sociais ou pelo que cantam.

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A OMC, as vacinas e a Teoria Crítica

Os países da União Europeia, EUA, Canadá, Japão, Brasil, Suíça e Austrália estão a bloquear, na OMC, a libertação das patentes de medicamentos e vacinas para a Covid-19, pedida pela Índia, África do Sul e outros Estados. De acordo com o The New York Times, 67 países pobres poderão vacinar apenas uma em cada dez pessoas, se o paradigma não mudar. Apesar de haver centenas de vacinas em estudos, em África, ainda nenhuma chegou à fase de ensaios clínicos. Este era o ponto da situação no final de dezembro.

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Futuro Armadilhado

Dez meses.

Desde a primeira declaração de Estado de Emergência até hoje, passaram-se dez meses. E qualquer pessoa com dois dedinhos de testa já percebeu que não vai ficar tudo bem. A economia não vai recuperar magicamente quando estivermos todos ou imunes ou vacinados ou mortos. Os postos de trabalho que foram destruídos com a pandemia não vão ser recuperados tão cedo, pura e simplesmente porque durante este período de dispensa de trabalhadores com contratos precários, em período experimental, com os layoffs, e todas as outras formas de reduzir prejuízos ou aumentar lucros cortando no número, nos rendimentos e nos direitos dos trabalhadores, o capital conseguiu aquilo que queria: manter a produção a funcionar com menos trabalhadores. O mantra liberal de que é a iniciativa privada que gera emprego caiu de podre: o capital cria postos de trabalho na estrita medida necessária para corresponder às necessidades de consumo de bens e serviços da sociedade.

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De Moria a Lisboa: o Bloco de Esquerda, Marisa Matias e a grande mentira

Há coisas que nos passam pelos olhos que das duas uma:

Ou são mentiras deliberadas e quem as conta não se importa de as contar ou quem as escreve pensa que somos todos uma cambada de acéfalos.

Que o tema dos refugiados é um tema sobre o qual as personalidades gostam de discorrer, muitas vezes puxando o pé para a caridadezinha porque coitadinhos temos que os ajudar, já todos estamos mais do que habituados.

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As tragédias do nosso contentamento

Alan Kurdi. Sem ir ao Google, não serão muitos aqueles que se recordam de quem falo. Alan Kurdi correu mundo, parado, morto, num momento captado por um fotógrafo quando deu à costa da Turquia ao tentar escapar de Kobani, na Síria. Tinha três anos. Fugia dos horrores da guerra tentando atravessar ao Mar Egeu, num trajeto feito por milhares, como fazem outros milhares atravessando o Mediterrâneo. Alan Kurdi fugia da agressão à Síria, patrocinada pela UE, NATO e Arábia Saudita, cuja raiz do problema surge em 2009. Assad decide tornar a Síria uma plataforma de passagem de um oleoduto para abastecer a Europa. O projeto inicial deveria iniciar-se-ia no Qatar, passaria pela Arábia Saudita, Síria, Jordânia e entraria na Europa pela Turquia. Este era o plano inicial. No entanto, surgiu uma segunda proposta, que passaria pelo Irão, Iraque, Síria, Chipre e Grécia, que deixaria de fora Qatar, Arábia Saudita, Turquia e Jordânia. E foi a partir daqui que se iniciou, certamente, por mera coincidência, uma invasão de jihadistas ligados ao Daesh naquele país, depois da Primavera Árabe – prontamente apoiada por alguns setores supostamente progressistas – que se transformou num outono sem fim à vista.

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Derniel Sol

Quando oiço a voz de Sérgio Godinho cantar que só quer a vida cheia quem teve a vida parada penso, inevitavelmente, naqueles que não quiseram descansar. A luz intermitente da paragem não me deixava encontrar o poema do Sarrionandia enquanto esperava o último autocarro. Às mãos, chegara-me um papel que dizia que morreu o Areosa Feio e lembrei-me do sentido de pertença. Se é verdade que não se morre quando não terminamos em nós mesmos, também é certo que ‘até sempre’ é a memória colectiva carregada em ombros daqueles que mesmo mortos caminham ao nosso lado.

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Debater a Europa, esse eufemismo

De repente, do alto sapiencial de quem adora «recentrar» ou «circunscrever» todas as discussões à órbita da sua própria mundividência, ou ego, aparece a afirmação ou acusação de que os candidatos às próximas europeias não estão a «debater a Europa». Mas o que é isso de «debater a Europa» afinal, quando esse apelo vem geralmente da direita, de liberais, de ditos europeístas, ou dos comentadores que se sentem muito confortáveis com o sistema? Vamos por partes, começando por referir aquilo que essa expressão definitivamente «não é».

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Chaplin: o cinema e a necessidade de transformar o mundo

Charlie nasce a 16 de Abril de 1889 em Londres. Filho de um actor e de Hannah (conhecida nos palcos como Lili Harley), uma encantadora actriz e cantora, Charlie passa a sua infância na inenarrável pobreza londrina. A morte do pai e a doença mental da mãe deixaram-no com o seu irmão Sidney, de quem foi, aliás, separado, a lutar pela sobrevivência.

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