Todos os artigos: Nacional

TAP

Segundo Público de hoje “os bancos asseguram que o Estado vai continuar a garantir a dívida da empresa (TAP), mesmo privatizada”. Fonte citada pelo mesmo jornal acrescenta um simbólico e julgo eu nada irónico “como não podia deixar de ser”.

O negócio da TAP ainda vai dar muito que falar e o processo encontra-se longe da conclusão ontem anunciada pelo governo ainda em funções. O que para já importa denunciar é a ilegitimidade e a ilegalidade da finalização de um processo que já não poderia ser concretizada por um governo demitido. E já agora, a propósito da dívida da empresa, lembrar sucessivas intervenções públicas do ex-secretário de estados dos transportes – o agora homem do Banco de Portugal para a venda do Novo Banco – garantindo que “a dívida da TAP não vai sobrar para o Estado“.

Nós cantamos as mesmas canções

«Vitória!» A multidão explode num grito longo e encrespado. «Vitória!» repete e prolonga o mar de gente, ecoado no frontão do Palácio de São Bento com a persistência das vagas contra as fragas. «Vitória!» e tremem, no tímpano do palácio, as estátuas moles que enfeitam o estrado. «Vitória», outra vez. Mil vezes «Vitória».

Porquê tanto entusiasmo? Por causa daquelas notícias (talvez ainda se lembrem), de gente suicidada quando o desespero e o governo venceram. Porquê tanta alegria? Porque desta vez perderam os ladrões que roubaram a electricidade e o pão e a água e a dignidade e a esperança aos velhotes da minha rua. Porquê tantas palmas? Porque hoje perderam os milionários e venceram os trabalhadores.

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Diário de luta

Escrevo a precisamente quinze minutos de se iniciar a sessão plenária da Assembleia da República que discute, pelo segundo dia, o programa apresentado por PSD e CDS, Passos e Portas, na sequência da sua indigitação por um Presidente da República que não tolera o seu próprio povo. Felizmente, o sentimento é cada vez mais mútuo e só é pena que tenha enganado tanta gente durante tanto tempo.

Escrevo porque é bastante provável que durante a sessão de hoje, as quatro moções de rejeição do programa do Governo, apresentadas por PS, PCP, BE e PEV sejam discutidas e tenham aprovação, provocando a queda do Governo mais reaccionário de que eu tenho memória.

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Quem travou a austeridade é quem a pode inverter

O acordo entre PS, BE, PCP e PEV representa a possibilidade real de travar a cada vez mais veloz trajectória de austeridade e ataques aos direitos dos trabalhadores inaugurada com o 25 de Novembro.

Esse acordo não escamoteia a história, a natureza de classe ou a tradição política do PS ao longo de 40 anos, mas põe em evidência a preponderância do factor que, malgrado a identidade do PS, nos levou a um entendimento que poderá beneficiar todos os trabalhadores portugueses. À semelhança da actual correlação parlamentar das forças partidárias, os avanços sociais que um eventual governo liderado pelo PS poderá trazer dependerão da capacidade de luta do povo português. Foi a luta dos trabalhadores que impôs uma mudança de política. Será a luta dos trabalhadores a sua garantia, mas também o seu fiador, juiz e, se necessário, agente de execução.

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Crónica dos dias negros

As eleições foram há um mês e um dia. Falou o povo, o PS decidiu responder ao apelo da esquerda e, entretanto, meteram-se ao barulho o Cavaco, os banqueiros, a direita mais conservadora e saudosista, comentadores e opinadores, no Expresso e no Observador, com particular incidência, com as suas três mãos: duas agarradas à cabeça e uma a bater no peito, em defesa dos superiores interesses da nação. Nas televisões, a generalidade dos comentadores avisa para a desgraça dos mercados, a fragilidade de um possível acordo do PS com a esquerda e meia-dúzia de maluquinhos criam eventos no facebook para darem as mãos e saírem à rua contra qualquer coisa que ninguém sabe muito bem o que é.

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A soirée no CCB sobre as sufragistas

A propósito do filme «As Sufragistas» a NOS organizou uma exibição no CCB e uma visualização do filme, com um debate onde apenas estavam representados PS e PSD e com a presença das seguintes «ilustres»:

Maria de Belém Roseira e Manuela Gonzaga, São José Lapa, Maria Rueff, Barbara Guimarães, Jessica Athayde, Raquel Strada, Rita Ferro Rodrigues, Iva Domingues, Silvia Rizzo, Mónica Jardim, Leonor Poeiras, Ana Marques, Catarina Morazzo, Alberta Marques Fernandes, Raquel Prates, Ana Rocha e Anabela Teixeira.

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É um avião? é um pássaro? Não… é um Governo PS.

*foto de obra da autoria de ± maismenos ±

Independentemente do que venha a ser o resultado institucional da rejeição do programa do PSD/CDS que até agora parece desenhar-se no horizonte, não está em cima da mesa, para já, a construção de um “Governo de Esquerda”.

Quando tal vier a ser uma realidade em Portugal, será certamente resultado de uma movimentação de massas consciente da necessidade de ruptura com o capitalismo e com a consolidação do processo de integração capitalista europeia e não apenas de resultados eleitorais. Mas para já o que está a parecer resultar das eleições legislativas de Outubro é uma derrota do PSD e do CDS, sem que exista necessariamente – como consequência directa – uma substituição automática das suas políticas por outras distintas e de “esquerda”.

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O Governo-Zombie

Foi hoje conhecido o tal “governo sólido” que Passos Coelho prometeu para os próximos quatro anos. E há, de resto, uma mão cheia de novidades. Não nas vontades, nem nas políticas, evidentemente, mas sim na simbologia que carrega quer a continuidade de uns, quer a entrada de outros. De “boas” referências do passado, a novas e redobradas garantias a mortos-vivos do governo anterior, esta “lista vip” de ministros e ministérios é bem ilustrativa da “ameaça” que seria ter esta direita durante mais quatro anos no poder. Após toda uma legislatura de uma política de monstruosidades, eis-nos agora perante um governo-zombie, que tem essa mais-valia anunciada de se esvair em cinzas já no próximo nascer do sol.

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