A ver se nos entendemos. O problema não é, nunca foi, a criminalização dos maus tratos.
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Se Seguro quer o PSD, Costa o PSD quer
Excelente notícia para Cavaco Silva. Excelente notícia para os banqueiros deste país. Excelente notícia para os Salgados, Ulrichs, Melos e companhia limitada. António Costa, por certo sensibilizado com os sucessivos apelos do presidente para uma “união sagrada” em torno de uma via única de governação, mostrou-se inequivocamente disponível para se coligar com o PSD. Para que esse “sonho” de Cavaco se cumpra, Costa só impõe uma única condição: que seja um PSD… sem Passos Coelho. Ou seja, tudo o resto pode manter-se. A forma de governação, a política, a ideologia, a submissão externa, a obediência ao sector financeiro, os lobby’s, a desgraça social do país, enfim, tudo isso já é matéria perfeitamente enquadrável nas elevadíssimas exigências do PS de Costa. Alguma novidade neste campo? Absolutamente nenhuma. Nesta altura, diga-se lá o que se quiser, quanto ao PS já só se ilude quem se deixa iludir.
Seu grandessíssimo animal!
Não havendo outros pretextos, há sempre textos que vêm a pretexto de uma coisa qualquer para dizer mal do PCP. E como depois de um texto vêm muitos outros textos, eu, que sou uma insuspeita defensora dos animais (tenho crachás e autocolantes que o atestam), vou então escrever um texto sobre este texto e outros pretextos.
As vantagens competitivas da desertificação
Foi ontem no “frente a frente” da SICn: o mesmo cavalheiro que há tempos atrás referia, perante a incredibilidade dos portugueses, que o país está melhor (apesar do povo se encontrar em pior situação), deu ontem novo contributo para o triste e bizarro anedotário político dos partidos do arco da Banca ao afirmar que existem oportunidades competitivas que resultam do encerramento de serviços públicos no interior do país.
Sem se rir da própria tirada foi acrescentando que é demagogia afirmar-se que os encerramentos contribuem para a desertificação do interior, argumentando com a relação inversa entre o histórico de criação de infra-estruturas nas zonas onde agora encerram e a constante diminuição de população nos distritos portugueses mais afectados pelo despovoamento e pela depressão social e económica.
Os senhores 1%
Fomos todos apanhados de surpresa. Por esta é que ninguém esperava. Quem poderia adivinhar? Então não é que um quarto de toda a riqueza nacional se encontra concentrada em apenas 1% da população? Haverá por certo quem se interrogue, com genuíno espanto, sobre quem constituirá de facto este punhado de oligarcas barrigudos, que vive no mesmo país em que mulheres grávidas chegam com fome aos hospitais. Não é fácil, pois não?
A Graça e as indignas feministas do “buço armado”
Este texto carece de duas explicações: eu sou de Viseu e venho aqui de vez em quando matar saudades da família, da comida e de alguns amigos; o “Jornal do Centro” é um jornal semanal do distrito, e todas as semanas uma pessoa de cada partido com assento na Assembleia da República escreve uma crónica. Para compreender este texto é preciso ler a crónica da Graça Canto Moniz, do CDS/PP de Viseu – é só clicar na imagem, não custa nada.
Um governo com política de esquerda é possível
Num artigo publicado no Expresso, Daniel Oliveira, a propósito do último episódio de fragmentação do Bloco de Esquerda, declara que: «A esquerda precisa de quem seja duro de roer mas saiba chegar a compromissos.» Neste caso não se trata do compromisso de direita, a que episodicamente o Presidente Cavaco pisca o olho, entre os partidos da troika nacional, CDS+PSD+PS, mas a um compromisso entre um destes partidos, o PS, e os partidos, movimentos e personalidades de esquerda. DO não é o única a critiar estes elementos pela falta de alianças à esquerda. Os argumentos são diversos: ortodoxia, inflexibilidade, intransigência, ou à falta de um programa de governabilidade, ou, por mim (a razão mais absurda) à falta de vontade de governar, preferindo estar “no contra”.
Seis meses
Há seis meses atrás o grupo Martifer, ou a empresa West Sea – criada para esse mesmo fim, tomou conta dos nossos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, no tristemente famoso processo de subconcessão. O ano havia começado há 10 dias e dava-se a machadada final naquela que foi, e podia continuar a ser, uma das mais importantes empresas da região alto-minhota. As promessas de criação de postos de trabalho e contratos para construção e reparação naval, de forma a salvar os ENVC, eram o pão nosso de cada dia. Seis meses se passaram. O que temos hoje em Viana do Castelo?