Há muitos, muitos anos, quando já o fascismo português agonizava, a tragédia abateu-se sobre o povo chileno. A classe trabalhadora do país sul-americano havia cometido o crime de ambicionar uma vida digna e a esperança semeada pelos mil dias do governo liderado por Salvador Allende foi esmagada pela barbárie planeada em Washington e executada pelos homens de Augusto Pinochet.
Hoje, é a dignidade do povo venezuelano que tenta resistir à mira do imperialismo. As mesmas queixas sobre a falta de produtos prolongam-se em filas intermináveis que já haviam sido cantadas por Victor Jara numa canção a que chamou desabastecimento. Mais de 40 anos depois, o açambarcamento é dirigido pela orquestra da oligarquia venezuelana que afina pela pauta norte-americana.