Rosendo encontra-se com Vladislav, o nazi.

José Manuel Rosendo foi à Ucrânia e descobriu em Kiev uma centena de deslocados da Crimeia. Não lhe ocorreu ir à Rússia entrevistar um dos centenas de milhares de civis do Donbass que para lá se deslocaram, fugindo dos bombardeamentos das tropas da Junta de Kiev.

No meio da tal centena de deslocados, Rosendo descobriu Vladislav, um rapaz que trabalha numa sala pouco típica de um albergue de refugiados, com um retrato de Putin a servir de alvo para setas e uma bandeira em cima da secretária onde vai acompanhando a guerra pela qual anseia através das redes sociais. Rosendo falou com Vladislav, e Vladislav confessou-lhe que espera em breve integrar-se como voluntário no “Batalhão Azov”. Rosendo ouviu e reportou. Só não lhe ocorreu explicar aos telespectadores portugueses o que é o “Batalhão Azov”.

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A «boa imagem externa» que é ser-se um servil rastejante

Há cem anos, a subserviência a uma potência externa (no caso, a Inglaterra) atirou-nos para a frente de combate da maior das guerras até então travadas no tabuleiro europeu e mundial. Um século decorrido, o mesmo sentimento de bajulação e servilismo de quem nos governa face a uma outra grande potência externa (neste caso, a Alemanha), atira-nos em sacrifício, rotos e famintos, para as trincheiras da batalha pela defesa da ideologia da austeridade. Num caso como noutro partimos impreparados, com uma mão à frente outra atrás, sem vontade de exigir o que quer que fosse ou o que quer que seja, mas em ambos os contextos com a mesma predisposição e o mesmo objectivo: ser um cão-de-fila exemplar, elogiado “pela dona” enquanto serventuário fiel, bem domesticado e obediente.

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As 50 sombras de Guedes

Qual Esdras pedindo perdão a Deus, Jean-Claude Juncker veio expiar publicamente os seus pecados contra os povos vilipendiados pela UE. Para o Presidente da Comissão Europeia e ex-presidente do Eurogrupo, a troika “pecou contra a dignidade” de portugueses, gregos e também irlandeses.

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Tragédia grega, agora em HD

Grécia. Renegociação. Haircut. Não pagamos. Já pagamos alguma coisa. Estamos a negociar. Temos esperança num acordo. Para já não há acordo. Estamos muito perto de um acordo. Nunca obrigámos os gregos a nada. Cachecol. Cedências. Compromisso. Povo grego. Recuo. Avanço. Pode parecer estúpido o que estou a dizer. Eurogrupo. Comissão Europeia. Varoufakis. Schauble. Tsipras. Lagarde. Maria Luís. Declaração conjunta. Salário mínimo sobe. Salário mínimo não sobe. Juncker. Dijsselbloem. E por aí fora…

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Quarenta mil milhões de razões para alimentar a guerra.

Os acontecimentos de Minsk e Debaltseve dominaram a abordagem mediática à situação da Ucrânia, num momento em que passa precisamente um ano sobre os dias finais do golpe da Praça Maidan, em Kiev. Pouco se fala, pouco se tem falado, da diminuição brutal da actividade económica no país, com uma queda do PIB bem superior àquela verificada em Portugal durante todo o período do “ajustamento” (só em 2014 a queda do PIB foi superior a 7%). Pouco se tem falado da entrada em grande do FMI neste processo de acelerado desmembramento do estado ucraniano saído do processo de auto-dissolução da URSS, no início dos anos 90 do século passado.

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“A História Do Papagaio Caio, Da D. Vicência Sampaio E Da Amiga A Dona Carlota Bexiga”

A política de direita não precisava de mais um jornal ao seu serviço no panorama editorial nacional. Certo sector da direita sim, sentia-se sub-representado. O Observador surge nesse contexto, multiplicando por muitos um espaço de promoção de uma mundivisão ultra-reaccionária que tinha em meia-dúzia de articulistas dispersos, cruzados sem crédito num panorama geral de publicações mais contidas e encostadas a chavões meio-tinteiros, os seus mais diligentes representantes. Com o surgimento d’O Observador passaram a existir, em menos de nada, cinco ou seis novos Henriques Raposo, nove ou dez Joões César das Neves, três ou quatro Pulidos Valentes.

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Um saco de plástico pago não polui?

Actualmente quando faço compras, recebo três ou quatro sacos de plástico para as levar até casa. Geralmente não pago pelos sacos, excepto num ou outro supermercado. Mesmo quando pago, o preço do saco fica em torno de 2 cêntimos. Depois de utilizar os sacos para transportar as compras, geralmente uso os sacos para transportar coisas na moto, incluíndo a roupa suja, para colocar o lixo e para transportar o lixo.

A partir de dia 15 de Fevereiro, uma nova lei entra em vigor, para supostamente diminuir o consumo de plástico. Então vejamos: eu continuarei a ir às compras e, eventualmente passarei a utilizar uma alcofa para transportar as compras. Contudo, continuarei a precisar de sacos do lixo. Como tal, das duas uma: ou compro os sacos de transporte das compras por 10 a 12 cêntimos ou compro sacos de plástico para o lixo que são maiores, mas mais baratos.

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A Ucrânia dividida

Infelizmente para a Ucrânia e para a Paz, tudo parece apontar para mais um acordo fracassado. A paz não é do interesse daqueles que fazem da guerra o viveiro natural das suas actividades criminosas. Também não é do interesse daqueles que não se pouparão a esforços no sentido de integrar a Ucrânia na esfera político-militar da NATO. As declarações do dirigente fascista Dmytro Yarosh poucas horas depois de anunciado o segundo acordo de Minsk serão olimpicamente ignoradas pela narrativa já montada em torno do eventual (e provável) fracasso do cessar fogo. Notícias publicadas pela imprensa nacional e internacional demonstram-no com clareza: União Europeia e Estados Unidos aguardam apenas um pretexto para intensificar as sanções à Rússia [1] e para dar o passo decisivo no mais perigoso dos sentidos nesta guerra – a intensificação das relações entre a Ucrânia e o aparelho militar da NATO. Mikheil Saakachvili, ex-presidente da Geórgia com ligações conhecidas a Washington, assume neste processo como figura de proa.

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