A liberdade de empresa e o dever de enformar*

Hoje deparei-me com a fotografia à esquerda que, muito embora valha mil palavras, dá novo sentido a um artigo que há não muito tempo escrevi.

Uma vez A. J. Liebling, gigante do New York Times, escreveu que a «a liberdade de imprensa só é garantida a quem é dono de uma imprensa». Em Portugal, o processo de acumulação e concentração de capital ergueu no lugar do jornalismo que Abril inaugurou, uma máquina de manutenção, reprodução e legitimação da ordem económica e social estabelecida.

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Há 30 anos sem Santi Brouard e Pablo González

Há 30 anos, neste mesmo dia, dois pistoleiros dos GAL entraram no consultório de Santi Brouard e abriram fogo sobre o dirigente comunista basco.  A comoção e a revolta espalham-se como pólvora. A polícia tenta impedir que os independentistas bascos levem o corpo do presidente do partido HASI. O Estado espanhol, através dos seus grupos paramilitares, acabava de assassinar um representante eleito do Senado Espanhol, do parlamento basco, vereador da Câmara Municipal de Bilbau e figura histórica da esquerda independentista basca.

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Nem todo o visto é d’ouro nem toda a imigração é barata

O ex-director do SEF está preso. Preventivamente, ou seja, à guisa de evitar a fuga e não de punição por crimes que, pelos quais e até à data, não foi declarado culpado. E resulta pouco verosímil que preso permaneça, já que a medida de coacção aplicada pelo juiz de instrução criminal admite a possibilidade de substituir o estabelecimento prisional pela pulseira electrónica.

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“Isto é mais um problema de política que de polícia” por Nuno Ramos de Almeida

A corrupção em Portugal não acontece porque há alguns vígaros que prevaricam; existe e prospera porque há gente que se apropriou indevidamente da democracia e do Estado

Uma das pessoas mais fantásticas que conheci foi a minha tia-avó. Foi expulsa do ensino pelo regime salazarista. Trabalhou para a Organização Mundial de Saúde (OMS) um pouco por todo o mundo. Há duas histórias que ela contava a que vou fazer apelo nesta crónica. Falam de coisas diferentes, mas podem ter uma relação mais profunda do que parece à partida.

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Vai pela fresca, Macedo, pela fresca

Miguel Relvas. Vítor Gaspar. Álvaro Santos Pereira. Miguel Macedo. É esta, até agora, a lista de ex-ministros do XIX Governo Constitucional. Lista curta ontem engrossada por Macedo. De vários quadrantes se teceram loas à ministerial e honrada atitude. Não posso dizer que não a ache digna e condizente com a responsabilidade e sentido de Estado exigido a quem desempenha estas funções, mas servirá esta demissão para ilibar Miguel Macedo de um mandato polvilhado com decisões graves e ilegais? Não teria tido já momentos mais certeiros e em que a responsabilidade política lhe dizia directa e indiscutivelmente respeito?

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Cidadania à venda

Há um mar de mortos quando falamos de cidadania. Literalmente. Não apenas em Lampedusa, mas são aos milhares os que morrem a tentar obter a cidadania europeia para circular e trabalhar livremente naquela que é, para «eles», uma terra de oportunidades.

E ao passo que uma Europa podre retira os corpos sem vida dos que não conseguem chegar, vende a cidadania a quem a pode pagar. A cidadania e todos os direitos que lhe são inerentes.

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Zé, até sempre, camarada.

«Camarada é uma palavra bonita. Sempre. E assume particular beleza e significado quando utilizada pelos militantes comunistas.

O camarada é o companheiro de luta – da luta de todos os dias, à qual dá o conteúdo de futuro, transformador e revolucionário que está na razão da existência de qualquer partido comunista.

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