Fomos todos apanhados de surpresa. Por esta é que ninguém esperava. Quem poderia adivinhar? Então não é que um quarto de toda a riqueza nacional se encontra concentrada em apenas 1% da população? Haverá por certo quem se interrogue, com genuíno espanto, sobre quem constituirá de facto este punhado de oligarcas barrigudos, que vive no mesmo país em que mulheres grávidas chegam com fome aos hospitais. Não é fácil, pois não?
A Graça e as indignas feministas do “buço armado”
Este texto carece de duas explicações: eu sou de Viseu e venho aqui de vez em quando matar saudades da família, da comida e de alguns amigos; o “Jornal do Centro” é um jornal semanal do distrito, e todas as semanas uma pessoa de cada partido com assento na Assembleia da República escreve uma crónica. Para compreender este texto é preciso ler a crónica da Graça Canto Moniz, do CDS/PP de Viseu – é só clicar na imagem, não custa nada.
Um governo com política de esquerda é possível
Num artigo publicado no Expresso, Daniel Oliveira, a propósito do último episódio de fragmentação do Bloco de Esquerda, declara que: «A esquerda precisa de quem seja duro de roer mas saiba chegar a compromissos.» Neste caso não se trata do compromisso de direita, a que episodicamente o Presidente Cavaco pisca o olho, entre os partidos da troika nacional, CDS+PSD+PS, mas a um compromisso entre um destes partidos, o PS, e os partidos, movimentos e personalidades de esquerda. DO não é o única a critiar estes elementos pela falta de alianças à esquerda. Os argumentos são diversos: ortodoxia, inflexibilidade, intransigência, ou à falta de um programa de governabilidade, ou, por mim (a razão mais absurda) à falta de vontade de governar, preferindo estar “no contra”.
Seis meses
Há seis meses atrás o grupo Martifer, ou a empresa West Sea – criada para esse mesmo fim, tomou conta dos nossos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, no tristemente famoso processo de subconcessão. O ano havia começado há 10 dias e dava-se a machadada final naquela que foi, e podia continuar a ser, uma das mais importantes empresas da região alto-minhota. As promessas de criação de postos de trabalho e contratos para construção e reparação naval, de forma a salvar os ENVC, eram o pão nosso de cada dia. Seis meses se passaram. O que temos hoje em Viana do Castelo?
Isto é genocídio – Somos todos palestinos
Na Palestina, a cada três dias uma criança é assassinada por Israel. Nunca conheceremos os seus nomes, nunca ouviremos entrevistas com os seus pais, nunca veremos as suas caras. Porque um rocket palestiniano ser interceptado pelo escudo anti-misséis é mais relevante do que a vida de uma criança ser interceptada por uma bomba inteligente. Porque as lágrimas dos palestinianos valem menos que as de um israelita.
*o sentimento de insegurança gerado pelas autoridades policiais – filmes na estação de comboio
Este post é uma republicação de um texto não assinado que relata uma sexta, de madrugada, na Estação do Rossio, em Lisboa, retirado daqui.
Sexta-feira à noite, estação do Rossio, em Lisboa: mais uma “operação policial para identificação de pessoas suspeitas de entrada e permanência ilegal no país”(…) e “do cometimento de certos crimes.”… Um grande aparato policial junta SEF, PSP e fiscais da CP. Objectivo: controlar os passageiros, nomeadamente imigrantes, enquanto saem das carruagens um a um, verificar a identificação de todos e, já agora, o título de transporte válido. Não é a primeira, não será a última, têm vindo a aumentar. Aliás, nessa noite há, em simultâneo, operações policiais semelhantes em várias zonas da cidade e na periferia. Quantas mais se juntarmos outras cidades e outros dias?
Da pobreza: o elefante rico e a formiga desorientada
Escrever uma história é difícil, mais difícil ainda é escrever uma boa história, daquelas que prendem desde o início, que nos fazem apaixonar pelas personagens e pelos seus trajectos. Não esquecer que uma boa história deve conter algumas mudanças inesperadas na narrativa, para ficarmos de boca aberta e com vontade de ler, ouvir ou imaginar mais. O final é o mais difícil, é aquela parte em que há quem prefira finais felizes, há quem goste de finais realistas, “porque a vida é mesmo assim”, e há quem goste de finais dramáticos, cheios de sangue, suor e lágrimas, muitas lágrimas.
Visite Lisboa, o maior parque temático do país. *Com o gentil patrocínio da Sonae
Certamente não passaria pela cabeça de ninguém privatizar uma cidade. Cidade enquanto espaço de pessoas, de trabalho, de habitação, de convivência intergeracional. Claro que há espaços privatizados mas o conceito de transformação da cidade como um espaço, ele próprio, privado, aberto apenas a alguns, eventualmente com reserva de direito de admissão é uma ideia estranha.
Assemelhada aos tempos medievais em que a muralha defendia e isolava a povoação, com a vantagem dos portões não serem, necessariamente, uma bilheteira.