O primeiro-ministro anuncia a menos de dois meses das eleições para o parlamento da união europeia que está disposto a discutir o aumento do salário mínimo nacional. Trata-se do mesmo primeiro-ministro que dizia estar a lixar-se para as eleições, e que há pouco mais de um ano referiu, em debate parlamentar suficientemente noticiado para ser esquecido sem mais, que o mais sensato para o combate ao desemprego seria descer o salário mínimo.
Roda bota fora
A 25 de Maio decorrem as eleições para o Parlamento Europeu. Devem ser também um sufrágio sobre as políticas do governo PSD/CDS, até porque as suas políticas nacionais são indissociáveis das políticas da União Europeia e do pacto de agressão da Troika. Os partidos do governo devem, têm de sofrer uma derrota eleitoral. Mas há que não esquecer que estas políticas da UE tiveram o apoio de toda a troika nacional, dos partidos do governo juntamente com o PS.
5 mitos sobre a NATO (no dia do seu 65º aniversário)
A NATO é uma aliança de democracias.
Errado. Não é hoje nem foi no passado. Basta lembrar que a ditadura fascista portuguesa foi admitida entre o núcleo de países fundadores da NATO. No presente, e não obstante o carácter subjectivo da caracterização de muitos países membros da NATO como “democracias”, lembro que a Turquia é membro da NATO. A Turquia que promove a ocupação ilegal da metade norte da ilha de Chipre (curiosamente Obama dorme tranquilo que esta ocupação) e que tem décadas de uma luta sangrenta contra os povos curdos da parte leste do país. A Turquia que tem sido uma das bases seguras para o fundamentalismo islâmico que tem destruído a Síria.
Ser-se “democracia” não é de forma alguma (nunca foi) critério para se pertencer à NATO.
Maldição de Malinche: a esquerda europeísta
Enquanto escuto a mexicana Amparo Ochoa, recordo o entusiasmo sincero de uns e oportunista de outros quando os índios zapatistas se levantaram em armas em Chiapas. Foi a 1 de Janeiro de 1994 e, desde então, não mais cessou a romaria política àquela região da América do Norte. Os mesmos que alimentavam o eurocomunismo e abriam as portas à União Europeia desfaziam-se em simpatias por aqueles rebeldes que subcomandados por Marcos se sublevaram no mesmo dia em que entrava em vigor o Tratado de Livre Comércio entre o México, os Estados Unidos e o Canadá.
Política e Geometria 2
Para que a teoria do arco do poder ou arco da governação permaneça recorrem-se a eixos, a quadraturas, e até a sombras e a quatro linhas. Absolutas falsidades geométricas. Senão vejamos:
A quadratura do círculo é o nome dado a um programa de debate televisivo e um dos problemas clássicos da geometria. Consiste na construção de um quadrado com a mesma área de um dado círculo, recorrendo apenas a régua e esquadro. Trata-se de um problema sem solução. Embora haja quem reclame ter conseguido resolver, a matemática diz-nos que se trata de uma impossibilidade já que (uma proporção numérica entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro) é um número irracional.
Os que lutam pelo passado e os que lutam pelo futuro
A um dia da manifestação nacional do ensino superior e a poucos dias do 10º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), a reitoria da Universidade de Lisboa mandou arrancar o cartaz que estava impresso numa enorme lona presa a uma estrutura na Cidade Universitária. Embora na prática não haja qualquer ligação, a vandalização reiterada de murais e cartazes, na última semana, por membros de organizações nazis demonstra que ideologicamente o objectivo é o mesmo: silenciar a JCP e promover o anti-comunismo.
Capitalismo para totós IV – Dívida pública
Dívida pública é um conceito que tem servido, não apenas recentemente, para justificar o conjunto de políticas de intensificação da exploração do trabalho, para assegurar a estratégia capitalista de divisão internacional do trabalho, e alimentar a especulação e agiotagem através das quais as grandes instituições financeiras asseguram a acumulação crescente e a apropriação galopante da riqueza produzida. A pretexto da ideia de “dívida pública”, impõe-se uma política de “austeridade”, criando um mecanismo simples de alusão à honra pública.
Manifesto dos 74 -1
Parece que o manifesto dos 74 – o outro, não este – perdeu um membro e retirou o simbolismo ao nome da coisa, remetendo agora para os idos de 73. Perdeu-se o simbolismo e perdeu-se o presidente da CIP, um dos patrões dos patrões, mas acredito que não será difícil arranjar pessoa-notável que o substitua, tendo em conta a abrangência ideológica dos assinantes. Sim, qualquer um pode assinar, bastando para isso que seja pessoa-notável.