Em 10 de Maio de 1941, logo após a entrada em Zagreb das tropas nazis de Hitler, nasce o NDH(Nezavisna Drzava Hrvatska), o Estado Independente da Croácia, liderado por Ante Pavelic. Este Estado que englobava a totalidade da actual Bósnia-Herzegovina e praticamente toda a actual Croácia, seria tutelado a Norte pela Alemanha nazi e a Sul pela Itália fascista. Obedecendo politicamente, tal como na Alemanha nazi, ao princípio de um Fuhrer, sendo este por sua vez subordinado ao próprio Adolf Hitler.
José Luís Sachs
O José Luís prestou relevantes serviços “ao mercado”: enquanto ministro, enquanto vice-presidente do PSD, enquanto homem da finança junto do governo e como elo chave no triângulo Governo – Sociedades de Advogados – Grupos Financeiros, no processo de privatizações em curso. Ler mais
Kim Jong-un ordena mais repressão
Na Coreia do Norte, o ditador Kim Jong-un anunciou a proibição de uma manifestação convocada para amanhã em defesa dos direitos humanos. Segundo fontes do regime, a manifestação proibida tinha sido planeada por uma associação ilegalizada há meses e considerada “terrorista”, libelo com que a ditadura da família Kim carimba a dissidência. Ler mais
Publicidade enganosa
Chegou-me hoje às mãos o Correio da Manhã com um novo anexo de publicidade. Um folheto A5 do Partido Popular Europeu e do CDS, com direito a fotografia do senhor irrevogável semi-primeiro-ministro.
Não foi caso único, como já tive oportunidade de confirmar. Mas não nos espantemos. Aliás, tudo o que venha daquele campo político há muito que deixou de espantar. Ler mais
Saúde “mínima” nas cadeias
Há uns dias na rádio, notícia que não consigo localizar na rede, por inabilidade minha ou porque ela não está mesmo acessível para o consumo da pessoa que se quer informar melhor(?), ouvi que os cuidados de saúde prestados nas cadeias portuguesas estão desde o dia 1 de Janeiro deste ano em “serviços mínimos”. Ler mais
“O seu filho vai ser um monstro!”
“O seu filho vai ser um monstro!” Era este mesmo o título de um artigo que uma senhora lia hoje no 759 da Carris. O texto estava estampado numa revista religiosa. Infelizmente, e para desancar na religião ou igreja certa, não consegui perceber quem publicava aquele belo pedaço de trampa. É suposto que estas revistas sirvam para espalhar uma determinada fé, e eu pergunto-me quem se deixa convencer por uma religião ou igreja que afirma categoricamente que o descendente de quem lê vai virar-se para o Mal e de forma grotesca. Pois, infelizmente mais gente do que se possa pensar. Ler mais
Na ressaca da tempestade
Na ressaca da tempestade à qual os homens sentiram a necessidade – uma vez mais – de dar nome (“Hércules”) surgem amiúde as habituais reacções dos irresponsáveis políticos que nada de sério têm feito ao longo dos anos para minorar os estragos e o impacto deste tipo de fenómenos naturais na nossa costa. O discurso cairá em saco roto, certamente. Lembram-se de reacções do género após a calamidade – em vários sentidos – dos incêndios do verão passado? Ler mais
A normalização da pobreza
No outro dia fui a um supermercado e quando estava na fila para pagar, vi que atrás de mim estava um rapaz que trabalha numa oficina onde costumo ir. Reparei que trazia com ele a filha. Pensei: “o rapaz que costumo ver manchado de óleo tem, pelo menos, uma filha e pode ter mais. Evidentemente ele come, tal como os seus filhos, a sua mulher, se existir e, por isso faz compras.” e continuei…”ele não deve ganhar muito na oficina, provavelmente salário mínimo… como pode alimentar a família com um salário mínimo? ou talvez dois se a mulher estiver empregada…” e fiquei a olhar, confesso.
A resposta foi fulgurante quando o rapaz encheu o tabuleiro rolante com pacotes de arroz e latas de atum. Arroz. Atum enlatado. Nada mais.
Há uns anos atrás, antes da nova vaga da crise sistémica do capitalismo, as dificuldades existiam, sem dúvida. O capitalismo nunca teve como objectivo o desenvolvimento humano, mas em alguns momentos, esse desenvolvimento foi um sub-produto do capitalismo. Não pode, no entanto, tal desenvolvimento continuar, pelo simples facto de que o capitalismo aproxima-se aceleradamente dos seus limites materiais e, esperemos, dos seus limites históricos.
Que a um idoso fosse roubada uma parte de uma reforma.
Que a um trabalhador fossem roubados dois salários.
Que aos jovens fosse negado o direito a estudar e a aprender.
Que aos portugueses fosse negado o direito à Cultura.
Que gente morresse às portas dos hospitais porque não tem dinheiro.
Que as crianças tenham fome, cada vez mais fome e cada vez mais crianças com fome.
Que as filas do desemprego se encham de novos e velhos, de cabeça baixa ante a tristeza da inutilidade a que os “mercados” os votaram.
Que famílias inteiras vivam da mendicância.
Que nos orgulhemos de ser um povo que dá muito ao banco alimentar.
Que as fábricas fechem enquanto ficamos sem trabalho.
Que os jovens partam tristes.
Que os pais chorem a partida dos filhos tristes.
Que ter alimento seja “sorte” e ter “saúde” seja graças a deus.
Que gente que trabalha esteja condenada a comer arroz com atum enlatado, por vezes talvez nem isso.
Com tudo isso nos indignaríamos à explosão. Mas fomos neutralizados, os nossos limites da tolerância perante a miséria foram movidos, gradualmente. Fomos delicadamente treinados a aceitar o que antes jamais poderíamos aceitar. Delicadamente mesmo quando à força, porque fomos confrontados com uma técnica de choque e espanto que nos impõe a miséria como facto consumado, mas crescente. E antes do choque e espanto fomos chamados a escolher os nossos próprios carrascos, entre PS e PSD.
Mesmo os que lutam, mesmo os que se indignam, viram movidos os limites da indignação, porque não são imunes. E a sociedade estará em movimento de progresso quando a nossa indignação for mais sensível e não, como agora, se torne cada vez mais um atributo humano em contracção.
A normalização da indignidade faz dela regra. A normalização da indignidade é o fascismo.
Quanto mais indigna é a vida mais dificilmente nos indignamos.