Será que nos vamos aguentar ou virar uns fora da lei?

Quase sempre uma imagem vale mais que mil palavras. Sempre uma música vale mais que mil palavras. Bezegol é do Porto, da Pasteleira, creio – se estiver enganado, apitem. Bezegol é mestre das palavras e anda de pestana aberta. Se ainda fosse mais puto queria ser como o Bezegol. Ele sabe que nos andam a tentar enganar, a aldrabar e a roubar.

O monstro sabe que o pintor morreu. As dores de amor passam (ou não) com o tempo. Senhoras e senhores, Bezegol. Ler mais

2014

Tenho a sensação que caí num mundo onírico desde que o ano começou. Há uma densa névoa ao meu redor há quase quatro dias. Tudo o que vejo são imagens esfumadas num constante ambiente cinzento pontuado por uma ou outra luz amareladas que parecem dançar em pequenos passos, como se fizessem pouco de mim e do mundo. Ler mais

Homenagem ao meu amigo

A amizade masculina tem destas coisas. Não se admitem maiores expressões de afecto. É uma espécie de parcimónia permanente, este esforço incessante de ser homem (sê homem pá!). Como se não ser homem, e por consequência ser mulher, fosse algo de adquirido, fácil e aterradoramente insuportável: uma fraqueza de que o homem deve erguer-se, a pulso de prender as lágrimas. Não é só o espírito milenarmente subjugado das mulheres que a sociedade do consumo teima em engavetar em estreitas cofragens. Também o sexo masculino não escapa ao cilindro cultural do capitalismo e, subtilmente, ao nos fazer mais “homens” nos torna menos humanos. Ler mais

Bom Ano Novo!

Não, não choraremos nunca mais
Basta de lamber as nossas feridas pelos golpes da vida
Tantos erros convertidos em temores
Morreram utopias
Procuramos outras vias
Somos filhos dessas ruas
onde morreram tantos proletários
deixando de herança as suas experiências
Tantos combates onde fomos derrotados
Não repetiremos a história!
Agora viveremos a glória!

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E o prémio do momento televisivo mais tolo de 2013 vai para…

Há momentos televisivos que colocam em especial destaque a função imbecilizante dos principais canais – generalistas, temáticos, informativos e afins – que dominam o panorama da televisão nacional e internacional.

Eleger o momento televisivo mais tolo de 2013 é tarefa árdua, sobretudo devido ao embaraço provocado pela escolha, vária e rica. Seja como for arrisco este que vos deixo. A SIC Notícias tem histórico e prestígio nesta matéria e em 2013 voltou a mostrar-se em forma. Parabéns, SIC Notícias.

A violência de que poucos falam

Da sondagem encomendada pelo jornal i à empresa Pitagórica, ficamos sem saber se 30,6% dos que responderam que concordavam com haver risco de violência caso Passos Coelho e Cavaco Silva não se demitam o fizeram porque acham que a situação em que vivemos é insustentável. Mas também não podemos chegar à abusiva conclusão do diário quando afirma que a maioria não teme violência nas ruas porque, de facto, a questão não se prendia com temeridade mas com o risco, ou seja, com a probabilidade disso acontecer. Contudo, parece claro que os portugueses temem mais a violência do governo do que a tão propalada violência nas ruas. Ler mais

Os 50 Melhores Filmes da Esquerda

Cinema e socialismo foram colegas de escola no princípio do século XX. Às vezes juntos, cresceram, apaixonaram-se, magoaram-se, desiludiram-se e continuaram a aprender. Após uma primeira experiência com 35 títulos, aqui fica o catálogo a 50, alargado pelas críticas e sugestões de largas dezenas de leitores. Esta lista, inevitavelmente incompleta e truncada de injustiças, resgata da História do Cinema as melhores e mais belas encarnações dos ideais da (e não de) esquerda. Convidados, ficam os leitores a sugerir na caixa de comentários as obras que aqui faltam e a propor a alteração deste ordenamento. Ler mais

A greve dos trabalhadores da CML à recolha do lixo

Alguém viu ou ouviu alguma notícia sobre a greve dos trabalhadores do município de Lisboa à recolha do lixo em que fossem claramente explicadas as razões que levaram estes trabalhadores à greve? Eu não vi. Admito que me poderá ter passado desapercebida, mas não vi, nem li, nem ouvi. Só na televisão vi umas sete ou oito peças. Dessas, apenas duas ou três referiam ao de leve que os trabalhadores estavam contra a descentralização de competências do município para as freguesias. Mas logo “explicavam” que António Costa garantiu que os trabalhadores não perderiam direitos e conservariam o seu vínculo por meio de lugares cativos no mapa de pessoal da Câmara. O que li e ouvi também não destoou desta linha. Ler mais