É disto que Marcelo Costa
O surgimento de uma sondagem que desse, finalmente, vitória ao PSD, era o último sinal de que Marcelo necessitava para pôr em marcha a fase ofensiva de um plano há muito arquitectado/desejado. A contestação das ruas, a fúria dos professores, a insatisfação com salários e pensões, o aumento do custo de vida, ou a significativa intensificação da precariedade laboral, são “critérios” pouco relevantes para Marcelo na sua origem e essência, mas que acabam por “contar” quando são úteis, de alguma forma, para visar ou desgastar o governo. Marcelo percebe “de que lado sopra o vento”, e como “o vento” se alia à cor da camisola, está na hora de, julga ele, assumir a liderança da oposição e, sobretudo, a dianteira mediática do ataque ao governo. Só quem não conhece Marcelo – e o seu longo currículo de profissional da maquinação de bastidores, de oportunismo e do intriguismo político – é que estranha esta situação, que é apenas e só resultado dessa crónica patologia de apego e dependência de mediatismo, de centro das atenções, em estreita aliança com a sua mal disfarçada partidarite.
Visitar o jardim no fogo de Odessa
Uma delegação da Assembleia da República chegou ontem a Kiev para uma visita à capital ucraniana. Entre os participantes está Isabel Pires, deputada do Bloco de Esquerda, que referiu à RTP3 qualquer coisa como “o parlamento [português] tem trabalhado envidado os seus esforços numa solução para a paz”, sem, no entanto, referir quais. Percebe-se. Em 2016, o Bloco de Esquerda recusou integrar uma delegação que acompanharia o Presidente da República a Cuba. O motivo apontado foi a coincidência de datas das jornadas parlamentares, que que teriam lugar na mesma altura. O BE tinha então 19 deputados. Hoje, na Ucrânia, tem a companhia de PS, PSD e IL. Estes últimos, hoje, não devem ser os radicais protofascistas neoliberais que eram no dia 1 de Maio.
Solenes
É com perdigotos saltando pela boca que o fazem os que agora se opõem ferozmente à sessão solene de boas-vindas ao presidente Lula da Silva no dia 25 de Abril na Assembleia da República (uma hora e meia antes da sessão solene sobre o próprio 25 de Abril no mesmo local), argumentando, de testa franzida, com a importância da data e evocando a soberania. São os mesmos que aprovaram ou saudaram a colocação da bandeira da UE na fachada da mesma assembleia há apenas alguns meses.
Já está no ar a Cassete Pirata #7
📼 🏴☠️ O sétimo episódio da Cassete Pirata, o podcast do Manifesto74, tem como tema central o Desporto e o Futebol Popular e conta com a participação de:
– Bárbara Barros (Moderadora), João Sousa (membro de “O Escadote”, plataforma de associados do Sporting Clube de Braga), Mário (membro da Fúria Azul, claque do Clube de Futebol “Os Belenenses”), Ricardo (sócio fundador da Associação Desportiva e Recreativa “O Relâmpago”), Ricardo M Santos (Manifesto74) e com a sonoplastia de Vasco.
A aposta nos comboios… que os privados hão-de fabricar
Chega a ser cada vez mais inacreditável como, à laia de pedronunosantismo e propaganda, este governo consegue aqui e ali granjear fama de «amigo dos comboios». Já aqui tínhamos recordado como, historicamente, o PS se tornou no maior carrasco da ferrovia depois de Cavaco Silva, sendo responsável directo pelos encerramentos das oficinas da EMEF de Coimbra ou da Figueira da Foz, do fecho dos ramais da Lousã, da Figueira da Foz, da Linha do Corgo, entre outros, ou como quando, em 2017, entregou de mão beijada a CP Carga ao sector privado (Medway). Vimos também como, em resultado das políticas seguidas por vários e sucessivos governos, entre 1988 e 2009, Portugal perdeu 43% dos passageiros de comboio, sendo que, nesse período, o PS governara duas vezes com António Guterres e uma com maioria absoluta de José Sócrates.
Casas para as pessoas, não para o lucro
O romance polifónico do fascismo português
Um ex-ministro do fascismo, o seu filho covarde, a criada que continuadamente viola, a governanta que o venera, um veterinário pedófilo que estaciona e se baba à entrada da Escola Secundária; a filha ilegítima parida no meio da palha que nem os animais quiseram comer e entregue, depois, a uma retornada de Angola; a jovem amante em quem projecta a mulher que o abandonou, a terapeuta ocupacional que cuida de si no final da vida; uma espiral doentia de escárnio e maldizer e, como se não bastasse, muito mais. É através de uma viagem, feita pelo Lobo Antunes-psiquiatra, ao âmago da maldade e da mesquinhez de 19 personagens, que o Lobo Antunes-escritor traça o mais visceral retrato do fascismo português, sentando num divã feito banco dos réus estas personagens fictícias e tão tenebrosamente reais, em O Manual dos Inquisidores.