Que diriam os antigos romanos sobre este intenso debate que agora se despertou em torno das estátuas? Eles criavam figuras de vulto de imperadores, senadores e outras figuras políticas com cabeças amovíveis. Deste modo, quando alguém caia em desgraça, morria por morte matada ou morte morrida ou era destituído, eram também descartadas as suas imagens e, admitamos, era mais fácil trocar a cabeça do que o corpo inteiro. Nada de memórias escrupulosas.
Serviu esta introdução para dizer que estátuas, antes de obras de arte, são símbolos. E que, embora o património cultural seja decretado, na realidade, ele só o é de facto quando tem relevância para a identidade colectiva de um povo. Não coincidindo muitas vezes, por excesso ou omissão o decretado com o efectivo. Ler mais