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Opinião: A demagogia de Câncio

Em primeiro lugar, #foraTemer, em segundo lugar, há muito que, pela minha sanidade mental (e pela dos que me rodeiam) que também eu deixei de ler muitas das opiniões que grassam na imprensa nacional. Isto porque prezo demasiado o estudo, o conhecimento, o debate e incomoda-me que se tratem assuntos que são de especial relevância para a nossa vida do alto da burra.

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A classe de João Miguel Tavares

Decidi há uns tempos, por uma questão higiene mental, deixar de ler algumas pessoas. Não é porque discorde deles. Tenho, felizmente, muitos amigos e autores de quem discordo mas que não deixo de ler. É mesmo porque é uma perda de tempo ler imbecilidades e, ainda mais, discordar delas. O desobrigador arquitecto Saraiva, João Lemos Esteves, Alberto Gonçalves e  João Miguel Tavares estão entre os eleitos que optei por não acompanhar, nem para ter o prazer de discordar deles. Mas, como sempre, a excepção que confirma a regra aconteceu hoje, porque me saltou à vista uma declaração do interveniente do Governo sombra, da TSF, e prolixo autor de obras como “A crise explicada às crianças de esquerda” e “A crise explicada às crianças de direita”.

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Para que não haja dúvidas, este texto é sobre o Pedro Passos Coelho ter sido desobrigado pelo arquitecto Saraiva

Um arquitecto Saraiva que é jornalista, que escreve livros e que escreve crónicas sobre pêlos, elevadores e outros elementos do seu dia-a-dia cosmopolita. Um ex-primeiro ministro e ora líder da oposição Pedro Passos Coelho que é político, que é quase africano e que prevê a chegada do diabo à Terra para breve. Um livro badalhoco chamado “Eu e os Políticos”, escrito pelo arquitecto Saraiva, e uma apresentação de livro aceite pelo PPC, que entretanto foi desobrigada e que entretanto até já nem se vai realizar por motivos de segurança. Uma editora chamada Gradiva que ainda deve estar a pensar porque raio é que editou este livro. Seja liberal se lhes compro mais algum…

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Isto é tudo uma grande média

Grande parte do que havia a ser dito sobre impostos e classe média já foi dito aqui e aqui. A vantagem do sistema capitalista, sem ironias, é a capacidade evidente que possui para se manter exactamente igual enquanto se anuncia a sua modernização, a sua adequação às necessidades e anseios das populações. A enorme dificuldade em tipificar a classe média é uma grande vantagem do sistema dominante. A impossibilidade de sabermos se a classe média, se o é, é-o através do rendimento mensal, da forma como é obtido esse rendimento, do rendimento mobiliário e imobiliário. Ninguém sabe. E isso é óptimo, porque qualquer um pode ser classe média, desde que olhe para um lado e veja alguém mais pobre; para outro e veja alguém mais rico.

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Culsete

A censura do lápis azul, da apreensão de livros e da perseguição de autores (e leitores) deixou de fazer sentido neste início de milénio, pelo menos nesta geografia que é a nossa. O cheiro a queimado das pilhas de livros ardendo na praça pública é um anacronismo neste momento histórico; as pilhas de livros em chamas seriam mais perigosas para o sistema – funcionando como golpe de marketing, atraindo atenções para títulos, autores e editoras obscuras – do que o destino de morte lenta a que parecem condenados os títulos mais subversivos. O desaparecimento das livrarias independentes – e a sua substituição por um assustador nada, apenas aparentemente ocupado pelas grandes marcas livreiras, nacionais e multinacionais – joga neste processo um papel central. A Culsete, livraria setubalense com 40 anos de história, ponto de encontro de livreiros, escritores, editores e leitores, encerrará brevemente as suas portas. A cidade fica mais pobre. Portugal fica um pouco mais à mercê da orweliana novilíngua do regime.

Portugal, um país de ricos e abastados

Não deixa de ser irónico que dois dias após o alarme social criado em torno da morte da classe média com a tributação do património imobiliário superior a 500 mil euros e que iria, de acordo com os opinadores e os mais excelsos especialistas em economia (de economistas, certamente, terão pouco), afectar milhares de portugueses, surjam estudos a dizer o que todos já sabemos, que todos (é incrível, não é? todos os anos os estudos demonstram os mesmos dados) anos se repete: mais de dois milhões vivem abaixo do limiar da pobreza em Portugal.

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Sobre o glifosato e a Bayer.

Desculpem-me os leitores do manifesto74 por vir usar o vosso espaço com uma clarificação que passa perto de uma defesa pessoal, mas que, como compreenderão, é não só necessária, como colectiva.

O jornal i decidiu, no âmbito da campanha mediática em curso contra a solução governativa para que o Partido Comunista Português contribuiu, fazer uma delirante notícia com direito a meia capa. O correio da manhã, esse produto tóxico em papel que devia constar na categoria 2A da classificação da IARC – International Agency for the Research on Cancer – acompanhou de imediato. A origem da notícia está numa abstrusa manipulação de um artigo que escrevi neste blog levada a cabo por militantes e dirigentes do BE nas suas páginas de Facebook, onde me acusavam de insinuar que o BE teria recebido dinheiro da Bayer para propor a proibição do Glifosato. O i e o CM limitaram-se a aproveitar a boleia.

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Tio Zé Gomes Patinhas Ferreira

«Se é pelo agregado, facilmente se atinge os 500 mil euros». Fácil, fácil. Zé Gomes Ferreira pegou na máquina de calcular, fez as continhas, somou os bens da malta lá de casa e chegou facilmente aos 500 mil euros de património. Mas quem nunca? Ou melhor, quem não? Que família portuguesa não chega “facilmente” ao meio milhãozito? Todos. Toda a “classe média”. Com jeitinho, metendo de permeio até valores mobiliários, somando um RSI, uma prestação do abono de família e 5 euros saídos numa raspadinha, até os de “classe baixa” vão levar com imposto. E “facilmente”. Ainda que muitos insistam em denegrir a sua imagem, mais uma vez, Zé Gomes Ferreira aparece a defender os mais fracos.

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