Sou candidata independente nas listas da CDU. E começo por sublinhar que sou candidata independente porque isso não é um pormenor. Aceitei o convite para integrar a lista, porque preciso, como cidadã e eleitora, de reforçar a voz que me representa. E porque me fez sentido dar um contributo mais, para além do voto.E a CDU é a voz que me representa por diversas razões. É relativamente fácil olhar para o nosso passado recente e perceber qual foi a força política que sempre fez o contrabalanço de uma onda de contágio quase épico sobre o estarmos “na Europa”.
Sobre o “enquadramento internacional do PCP nestas eleições”
Vi a edição desta noite do espaço de comentário que Francisco Louçã ganhou na SICn. Nele Louçã entendeu dar a sua opinião – legítima, naturalmente – sobre os “pontos fortes” e os “pontos fracos” das diferentes listas de candidatos ao Parlamento da União Europeia, nomeadamente aquelas que correspondem a partidos ou coligações com representação no actual parlamento.
Sobre a lista da CDU Louçã referiu como ponto forte a presença activa do PCP na luta contra a austeridade. Interessa-me em todo o caso explorar aquilo que referiu como ponto fraco já se baseia numa falsidade absoluta.
A que sabe o pão que comes?
Quando um projecto musical denominado “Zeca Sempre” decidiu censurar a merda a que sabia o pão que o Zeca cantou confesso que fiquei pasmado com a ousadia. Não é comum que sejamos ousados a este ponto; homenagear alguém fazendo precisamente aquilo contra o que o alvo do tributo sempre se bateu.
De que lado estás? As lições do Occupy Wall St.*
O meu pai era mineiro
Hoje é sol e ar
E há-de estar com os trabalhadores
Até a luta terminar
De que lado estás?
De que lado estás?
De que lado estás?
De que lado estás?
Capitalismo para totós VII – Paz Social
Paz social é o termo utilizado pela direita para mascarar o conflito permanente entre os interesses de cada classe. Convém sempre à classe dominante que a classe dominada não decifre e não compreenda que sofre domínio. Na prática, também a um ladrão é muito conveniente que a vítima se julgue a ser amparada em vez de roubada.
A “paz social” não comporta qualquer dimensão de “paz”, pois é apenas o termo utilizado para encobrir uma guerra sem trincheiras, sem fronteiras, uma guerra enraizada e sulcada na matriz genética da organização social capitalista. Uma guerra em que o agressor sabe que agride, mas que atordoa de tal forma o agredido que este se pensa protegido pelo seu próprio inimigo.
9 de Maio, Dia da Vitória! (День Победы)
Neste dia, em 1945, celebrava-se a derrota do nazi-fascismo alemão.
Hoje, 69 anos depois, a luta contra o nazi-fascismo tem a mesma actualidade, a mesma importância, incluindo no solo que mais regado foi com o sangue dos maiores heróis da luta contra a Alemanha hitleriana e os seus aliados.
9 de Maio, “Den Pobedy”, o Dia da Vitória. Ura!
Filhos da puta
Não sei bem por onde começar, confesso. O cancro é uma doença filha da puta; diz-me muito, não por mim, felizmente, mas por outros. Sim, aquela mania de tomar as dores dos outros como se fossem minhas. Ou nossas. Poucos ou nenhuns estarão entre os sortudos que não têm um amigo ou familiar que teve ou tem cancro.
Eu tive, bem de perto, e guardo cá dentro uma das imagens que há-de acompanhar-me para sempre. O Público de hoje conta-nos uma história daquelas que devia fazer-nos corar de vergonha.
O Tozé quer um cheque em branco…
Em recente entrevista ao Expresso o actual secretário-geral do PS, e auto-proclamado candidato a primeiro ministro de Portugal, referiu que neste momento não pode “garantir absolutamente nada” porque não sabe “qual o estado do país que eu vou receber”.
Duas breves notas, começando pelo fim: António José Seguro dá como adquirido que receberá o país (ou seja, que chegará ao cargo que ambiciona), declaração cheia de bazófia que é capaz de lhe sair pela culatra; o secretário-geral do PS é capaz de não saber e por isso aqui fica a informação, caso o próprio ou alguém das suas relações tropece neste texto perdido na imensidão da rede: para “receber” o país é preciso ser-se eleito; as eleições legislativas servem para eleger a próxima Assembleia da República; e mesmo que o PS seja a força partidária mais votada não é líquido que venha a constituir governo.