Capitalismo para totós VII – Paz Social

Paz social é o termo utilizado pela direita para mascarar o conflito permanente entre os interesses de cada classe. Convém sempre à classe dominante que a classe dominada não decifre e não compreenda que sofre domínio. Na prática, também a um ladrão é muito conveniente que a vítima se julgue a ser amparada em vez de roubada.

A “paz social” não comporta qualquer dimensão de “paz”, pois é apenas o termo utilizado para encobrir uma guerra sem trincheiras, sem fronteiras, uma guerra enraizada e sulcada na matriz genética da organização social capitalista. Uma guerra em que o agressor sabe que agride, mas que atordoa de tal forma o agredido que este se pensa protegido pelo seu próprio inimigo.

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9 de Maio, Dia da Vitória! (День Победы)

Neste dia, em 1945, celebrava-se a derrota do nazi-fascismo alemão.

Hoje, 69 anos depois, a luta contra o nazi-fascismo tem a mesma actualidade, a mesma importância, incluindo no solo que mais regado foi com o sangue dos maiores heróis da luta contra a Alemanha hitleriana e os seus aliados.

9 de Maio, “Den Pobedy”, o Dia da Vitória. Ura!

 

Filhos da puta

Não sei bem por onde começar, confesso. O cancro é uma doença filha da puta; diz-me muito, não por mim, felizmente, mas por outros. Sim, aquela mania de tomar as dores dos outros como se fossem minhas. Ou nossas. Poucos ou nenhuns estarão entre os sortudos que não têm um amigo ou familiar que teve ou tem cancro.

Eu tive, bem de perto, e guardo cá dentro uma das imagens que há-de acompanhar-me para sempre. O Público de hoje conta-nos uma história daquelas que devia fazer-nos corar de vergonha.

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O Tozé quer um cheque em branco…

Em recente entrevista ao Expresso o actual secretário-geral do PS, e auto-proclamado candidato a primeiro ministro de Portugal, referiu que neste momento não pode “garantir absolutamente nada” porque não sabe “qual o estado do país que eu vou receber”.

Duas breves notas, começando pelo fim: António José Seguro dá como adquirido que receberá o país (ou seja, que chegará ao cargo que ambiciona), declaração cheia de bazófia que é capaz de lhe sair pela culatra; o secretário-geral do PS é capaz de não saber e por isso aqui fica a informação, caso o próprio ou alguém das suas relações tropece neste texto perdido na imensidão da rede: para “receber” o país é preciso ser-se eleito; as eleições legislativas servem para eleger a próxima Assembleia da República; e mesmo que o PS seja a força partidária mais votada não é líquido que venha a constituir governo.

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Quem é Joseph Hamann?

O João Labrincha, do velho 5dias, publicou um excerto de uma entrevista a Karl Marx em que o revolucionário alemão diz isto. Aparentemente, nem o João nem o Karl gostam de sindicatos controlados por partidos. Por mim tudo bem. Até podia responder com outra citação, esta do Álvaro Cunhal, em que o revolucionário português afirma que:

“A natureza de classe, a autonomia e a democracia interna são os factores que melhor podem assegurar a unidade do movimento sindical unitário”. e que “segundo alguns, o mal dos males do movimento sindical português é o que chamam “a partidarização dos sindicatos”. (…) Para sermos claros (…) a acusação de “partidarização dos sindicatos e “hegemonização partidária” referes-e ao PCP e à grande influência dos comunistas no movimento sindical unitário português. (…) A Influência dos comunistas no movimento sindical não resulta de qualquer imposição ou ingerência partidária. Ler mais

Coisa estranha!

É estranho, confesso. Alguns dirão que estou a ficar maluquinho, que perdi definitivamente o juizo. Terão a sua razão. A verdade é que hoje deparei-me com uma declaração do Passos Coelho com a qual concordo a 100%. E é realmente raro eu concordar com esse tipo de gente…

Diz o Passos que este é “o momento mais difícil por que passamos desde o 25 de Abril de 1974“. Porra, é mesmo verdade.

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Ode a Odessa

Hesitei em chamar a isto uma ode. Mas que raio! Saramago escreveu evangelhos que não o eram, memoriais que não o eram, ensaios que não o eram. Porque não posso eu escrever uma ode que não o é?

Sempre que em algum lugar do mundo eclode a violência, dispara o contador de vítimas e é do interesse dos órgãos de comunicação de massas, ditos de referência, construir uma história conveniente, surgem por toda a parte, feito cogumelos, grandes especialistas na matéria que opinam com grandes certezas sobre os acontecimentos. A qualquer um causa grande espanto e admiração a desenvoltura com que algumas caras conhecidas, a quem antes nunca tínhamos escutado uma frase sobre o assunto, de repente emitirem todo um discurso elaborado onde não faltam nomes de cidades e de protagonistas.

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A única saída é a superação do capitalismo

PS, PSD e CDS assinaram um pacto com o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia. Nesse pacto, PS, PSD e CDS entregaram o que restava da soberania política e económica do país a instituições que são simultaneamente parte do cérebro e das mãos do sistema capitalista global. Nesse pacto, os partidos da tróica doméstica cederam à tróica ocupante a capacidade de interferir directamente e sem limitações no destino do país, na forma como este se organiza, nos direitos que consagra aos seus cidadãos, nos serviços que lhes presta. Ou seja, o pacto redefine a própria organização do estado. O Estado foi transfigurado pela força da prática, à margem de um projecto constitucional que subsiste e é o último reduto de uma democracia profundamente debilitada, praticamente limitada aos direitos políticos e, mesmo esses, vendo estreitado o seu livre exercício.

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