Há muitos anos atrás, não pude evitar as lágrimas quando vi o filme italiano Novecento. Numa das cenas, que retrata os anos 20, vários idosos aprendem a ler e a escrever numa escola promovida pelo Partido Comunista Italiano. Somos arrebatados pela alegria de quem entregou toda a sua vida ao trabalho no campo e vive agora de brilho nos olhos a aprender o que a burguesia sempre lhe havia negado. Até que a escola é engolida por um mar de chamas quando os fascistas lhe pegam fogo. Na tragédia, morrem carbonizados vários camponeses que ali estudavam. É nas ruas da vila que segue o rio de lágrimas dos que caminham na marcha fúnebre de lenço vermelho. Os restos mortais envoltos em panos vermelhos jazem numa carroça aberta para que das janelas se possa ver a obra do fascismo.
Os mártires de Odessa
