Acesso à Compilação das Obras de Marx e Engels

O sítio Marxists Internet Archive (MIA), onde estão hospedados textos de inúmeros marxistas, incluindo o Marx e Engels, em várias línguas, exibe há dias a seguinte mensagem:

«Lawrence & Wishart, que detém os direitos de autor [copyright] sobre Compilação de Obras de Marx e Engels (MECW), deram instruções ao Marxists Internet Archive, para apagarem dos os textos provenientes do MECW. Assim a partir de 30 de Abril de 2014, nenhum material do MECW estará disponível em marxists.org Traduções em Inglês de Marx e Engels provenientes de outras fontes continuarão a estar disponíveis.»

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Comemorar o quê?

O bafio que nos visita da cave do passado tem vários cheiros e às vezes até traz um odor a esquerda. Comemorar o quê?, pergunta-se por aí por todo o lado.

A pergunta é partilhada por muitos, porque se confunde Abril com o que vivemos hoje. E porque se confunde Abril com uma farsa. E alguns colocam-na genuinamente, por sentirem traído o mais pequeno sopro de Abril.

Eu quero responder à pergunta.

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Parteiros da revolução

Há muros que se rompem de madrugada para que quando saia o sol se varra a sombra que tanto tempo viveu barricada nos corações de pedra. Então, ouve-se um rugido que abre veios na terra e rebenta um rio de gente que nasce nas fábricas e nos campos. Essas nascentes, donde durante quase cinco décadas brotou a dor de um povo que acabado de nascer já via no horizonte o ataúde em que havia lugar para corpos mas não para sonhos, matava-nos agora a sede de esperança.

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A pontaria zarolha da direita que se diz de esquerda

Não fosse a partilha do link por parte de um camarada e a notícia publicada pelo Sol sobre a pontaria zarolha que o PS faz o PCP no quadro das eleições para o parlamento europeu ter-me-ia passado ao lado. A notícia não é, em bom rigor, ilustrativa de novidade alguma. O PS faz desde 1975 pontaria ao PCP e seus militantes, seja no quadro das instituições, seja fora delas. A direita – mesmo aquela que se diz de esquerda – sabe bem a quem apontar, sabe de onde vem o perigo real de uma ruptura com o sistema que alimenta, e a alimenta.

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Dean Reed, o Elvis vermelho.

Imaginem que um músico norte-americano de rock fazia uma digressão pela América Latina e se tornava fervoroso apoiante das lutas da classe trabalhadora. Imaginem que decidia viver na Alemanha mas do lado certo do muro. Imaginem que se tornava num dos maiores ícones culturais e mediáticos do Leste Europeu produzindo não só música mas também participando em filmes e escrevendo livros.

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Abril, exclama-se!

Nasceu a 10 de Abril e fez quarenta anos este ano.
Enquanto falávamos das notícias eu disse-lhe «imagina que o Governo ia agora a qualquer sítio e, de repente, os militares cercavam o edifício e o pessoal ao saber disso enchia as ruas e não os deixava sair…
– Os militares? Tinham que ser os militares?
– Não sendo, provavelmente vinham os robocops e apanhávamos todos porrada.
– Mas estás a dizer isso no dia 25?
– Um dia, um dia qualquer!
– Não. Foi isso que aconteceu? No dia 25? Estou farta de perguntar, nunca ninguém me explicou!»

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Paulo Portas e outros tantos mentirosos

“O senhor diz que uma série de pessoas saíram do RSI, esquece-se de dizer que essas pessoas deixaram de ter rendimento mínimo porque, por acaso, tinham mais de 100 mil euros na conta bancária.”
De quem é esta frase? Do vice-primeiro ministro, Paulo Portas. A afirmação é verdadeira? Não. Então porque se sente no direito de mentir o vice-primeiro ministro Paulo Portas? Mais, porque se sente no direito de mentir em pleno Parlamento?Porque se sente impune e porque uma das maiores e mais eficazes armas que este governo utiliza é a mentira descarada e a manipulação dos números. Esta arma não é nova, e nem sequer exclusiva deste governo, digamos que, principalmente, desde os tempos do cavaquismo, ela tem feito o seu caminho e ganho a sua importância.

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Sem anos de solidão

Eu podia contar-vos tantas coisas dessa terra que nunca pisei mas da qual tanto me falaram. Desse país com nome de conquistador onde os seus habitantes nunca se vergaram ante a opressão. Da Colômbia em que a oligarquia rasga as veias de um povo que nunca deixou de amar no meio da cólera de todos os tempos. Foi para arrancar essa terra e essa gente do silêncio podre que Gabriel García Márquez nos trouxe Macondo. É que Gabo nunca escondeu que pouco recorreu à imaginação. O que lhe custava era a invenção de recursos para fazer da realidade algo verosímil.

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