Os lucros deles são os nossos bolsos vazios

A UE com apoio de PS, PSD e CDS empurraram o país para a liberalização e privatização de todo o sector energético. Hoje são os trabalhadores, as famílias e a economia que pagam a factura dessa opção. O aumento do preço dos combustíveis, do gás e da electricidade precisa de ser travado. Pela recuperação do controlo público deste sector, nacionalização já!

Em defesa de Putin?

Agora que tenho a vossa atenção, não, ao longo deste texto, não encontrarão nem a defesa de Putin, nem a santificação do regime ucraniano. Nem o apoio à invasão russa da Ucrânia, nem às milícias de extrema-direita a operar em Donbass e Lugansk, que estão agora espalhadas por todo o território. A história deste conflito, como a História em geral, é um processo de acontecimentos encadeados, interligados entre eles. Não começou há duas semanas, ainda que a pressão mediática e a ideologia dominante o tente e consiga fazer crer, como demonstram os últimos dias, não faz com que seja verdade. Os cerca de 14 mil mortos desde 2014 provam-no. Daqui, a minha solidariedade com os povos russo e ucraniano, que eram, são e serão as vítimas de uma guerra que não é deles, é um conflito entre as aspirações de uma Rússia imperial que o socialismo derrubou, frente a uma aliança político-militar obsoleta, a NATO, que necessita de criar inimigos continuamente. Sem eles, a sua função de garantir a hegemonia Ocidental, de garantir que para além do modo de vida ocidental, da sua cultura, organização política e social, está a barbárie; de garantir que o complexo industrial militar ocidental continua a faturar à custa da miséria dos povos, deixa de fazer sentido. E, como disse uma CEO portuguesa, melhor que o negócio da saúde, só o das armas. Tem toda a razão.

Ler mais

No princípio era a mulher

“No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois.” Esta frase de Marilyn French, feminista norte-americana, no seu livro Beyond Power (1985), reorienta-nos na mais que justa reposição da verdade. Essa verdade histórica e científica que é o lugar primordial, fundador e original da mulher na História da Humanidade. Só que através das sombras dos dias, de que resta memória mas não consciência, não muitas gerações volvidas, o reinado que era seu por direito foi substituído, foi derrubado, desprezado e subvertido. Derrubado não pela culpa de um pensamento só, de uma só civilização, de uma religião ou evento isolado, mas de uma espantosa – e terrível – simultaneidade de factores que trouxeram essa herética “inversão” até aos nossos dias.

Ler mais

Eles não são modernos. Cheiram a bafio

Cheira sempre a bafio quando ouvimos os liberais a falar. Parece quando abrimos um baú que está há muito tempo fechado na cave e vem um cheiro a bolor que nos dá vomitos. Eles não são modernos. São mais do mesmo.

Um caminho escorregadio

O PCP escolheu ser cúmplice de Putin. Enquanto um povo estava a ser invadido e massacrado, decidiu pôr-se com enquadramentos, contextualizações, racionalizações e outras formas inaceitáveis de contemporizações. Numa guerra contra o mal só há dois lados e quem não está contra o inimigo está com Putin. Sim, porque é muito fácil racionalizar e contextualizar a guerra quando não é a nossa terra que está a ser invadida. A racionalidade dos que, a meio da invasão, pedem o fim da guerra, é própria dos traidores. Sim, os comunistas condenaram Putin, explicitamente até, mas sempre condenando também a NATO; sempre fazendo comparações históricas; sempre invocando golpes de Estado; sempre a pedir-nos para ler o texto de qualquer coisa! Sempre fazendo o jogo de Putin!

Só um avençado de Putin é que viria, neste momento, falar em “paz”. O mundo livre sabe que nem se negoceia com um agressor nem se faz a paz com um louco. Numa guerra mata-se ou morre-se. Matemos e morramos, pois, pela glória de defender o bem contra o mal absoluto! Como disse o presidente-herói Zelensky: “os russos são um vírus”. E com um vírus não se dialoga: um vírus extermina-se. A nossa liberdade depende disso.

Ler mais

Quid est veritas?

A célebre dúvida de Pilatos, trazida até nós pelo evangelho de João (Jo 18, 38), foi sempre tomada como uma das grandes interrogações da humanidade. Durante séculos, filósofos, pensadores, ideólogos, sociólogos, cientistas, historiadores, homens e mulheres, novos e velhos procuraram a grande resposta e, até hoje, sem grande sucesso. Mas quando digo ‘até hoje’, refiro-me literalmente ao presente e marcando desde já, e com toda a segurança, o término dessa longa viagem de crítica e de reflexão. Sim, porque, alvíssaras, já temos uma resposta: a verdade, hoje, é aquilo que cada um pretende que a verdade seja.

Ler mais